Pular para o conteúdo

Carrinho

Seu carrinho está vazio

Orgasmo de corpo inteiro

Orgasmo de corpo inteiro

O que a ciência diz sobre tremores, calor e o poder da respiração

Você já sentiu seu corpo tremer inteiro antes de gozar? Sentiu o quadril fervendo, como se tivesse um vulcão ali prestes a entrar em erupção? Já sentiu seu corpo tão ativo, que cada mini movimento parece uma explosão?

Pois é. Essas sensações são o que a gente chama de banquete quando o assunto é sexo com outras pessoas ou masturbação. Sentir o orgasmo e o prazer o tomar o nosso corpo inteiro têm explicações científicas claras — e tudo começa no que os pesquisadores chamam de ciclo da resposta sexual humana.


O ciclo da resposta sexual: prazer é processo

Segundo o modelo clássico proposto por William Masters e Virginia Johnson (1966), o ciclo da resposta sexual, ou seja, como o nosso corpo responde quando a gente vai fazer sexo, é dividido em quatro fases:

  • Excitação
  • Clímax
  • Orgasmo
  • Resolução

Cada fase de resposta envolve alterações fisiológicas, hormonais e neurológicas, que, quando acompanhadas de perto e com intenção, podem gerar experiências orgásticas muito mais intensas e integradas ao corpo inteiro.

Respiração: o acelerador (e amplificador) do prazer

A respiração é o ponto de acesso mais direto e fácil ao sistema nervoso autônomo — e, portanto, à resposta sexual. Durante a fase de excitação, respirações mais profundas aumentam a oxigenação do sangue e facilitam a vasodilatação nas regiões genitais. O objetivo nessa etapa é conseguir deixar as distrações de lado, focar nas sensações e dar o tempo necessário para que o sangue chegue até a vulva, pênis e ânus.

Quando a respiração se intensifica, o corpo fica mais quente e o orgasmo se torna mais próximo chegamos na fase de clímax. Controlar a respiração nessa fase ajuda a manter a tensão sem descarregar. A troca de ritmos, estímulos e intensidades é uma ótima dica pra prolongar esse quase, o edging também é um grande aliado. A permanência por um tempo nessa fase é determinante para que o orgasmo se torne uma explosão no corpo todo.

Tremores: quando o sistema nervoso transborda

Durante a fase de clímax, o corpo entra em hiperatividade neuromuscular. Os tremores são uma forma de descarga parcial de energia acumulada.

Durante a excitação sexual, o corpo ativa o sistema nervoso simpático, responsável por reações de alerta, aceleração e tensão muscular. Com o tempo, essa atividade é tão intensa que o corpo entra em um estado de excitação neuromuscular máxima.

  • Há aumento na frequência de impulsos nervosos entre a medula espinhal e os músculos voluntários e involuntários;

  • Ocorre acúmulo de tensão muscular isométrica (principalmente no abdômen, coxas e glúteos);

  • Quando o orgasmo se aproxima, o corpo começa a liberar essa energia de forma involuntária — gerando espasmos, tremores e vibrações.

Essa descarga é parecida com o que atletas relatam após uma maratona intensa: o corpo está tão energizado e tensionado que começa a tremer na liberação.


Calor nos quadris: congestionamento pélvico e ativação sensorial

Durante a excitação, ocorre intensa vasodilatação pélvica, especialmente nas artérias que irrigam o períneo, clitóris, vulva e pênis. Isso gera inchaço, formigamento e o famoso calor sexual na região do baixo ventre. Esse fenômeno se chama congestão pélvica e indica que o orgasmo tá muito próximo. Além disso, nervos como o pudendo (principal via sensorial da vulva, ânus e períneo), hipogástrico e vago ativam o cérebro intensificando a percepção de calor, pressão e vibração. Sensações que o cérebri interpreta como calor sexual.

"Em mulheres, essa congestão atinge o útero, os grandes lábios e o clitóris; nos homens, os corpos cavernosos do pênis e a base da próstata."

Levin, R. J. (2002). “The Physiology of Sexual Arousal in the Human Female: A Recreational and Procreational Synthesis”. Archives of Sexual Behavior, 31(5), 405–411.

Orgasmo de corpo inteiro: quando o prazer se espalha

Se você entende como funciona a fisiologia do orgasmo, flui no ritmo que o seu corpo responde em cada fase, respira com presença e deixa o corpo vibrar — o orgasmo deixa de ser localizado e se transforma em uma descarga global. Pra chegar nesse estado é necessário pelo menos 30 minutos de prática.

A neurociência mostra que, nesse tipo de orgasmo:

  • O córtex somatossensorial é amplamente ativado
  • Há uma quantidade grande de sangue nos genitais
  • A dopamina e a ocitocina são liberadas em níveis altíssimos
  • O nervo vago participa, mesmo sem estímulo genital
  • Ocorre uma tensão muscular responsiva no core
  • Espasmos musculares atingem o corpo todo devido à contração.

A respiração em cada fase

Fase do Ciclo Sexual O que acontece no corpo Como a respiração atua
Excitação Vasodilatação, lubrificação, aumento da frequência cardíaca Respiração profunda ativa o parassimpático e aumenta a oxigenação
Platô Tensão muscular, acúmulo de energia, hipersensibilidade Respiração ritmada sustenta o prazer e evita descarga precoce
Orgasmo Contrações rítmicas, liberação de tensão, pico hormonal Respiração intensa ajuda a liberar energia e prolongar o clímax
Resolução Relaxamento, queda de pressão e hormônios Respiração lenta ajuda a integrar o prazer e recuperar o equilíbrio


Energia sexual: entre ciência e bioenergia

Algumas abordagens complementares — como a bioenergética, a sexualidade tântrica e a medicina tradicional chinesa — apontam que o calor nos quadris é também resultado de um acúmulo de energia vital (libido) no chamado chakra sacral (svadhisthana).

Essa energia, quando canalizada com respiração e presença, se expande pelo corpo, criando uma experiência de orgasmo energético ou de prazer em ondas, que pode ser sentido mesmo sem toque genital.

Essa perspectiva, embora não médica, tem sido estudada por práticas somáticas e terapias corporais com resultados positivos para o bem-estar sexual.


Referências 

  • Komisaruk, B. R., Beyer-Flores, C., & Whipple, B. (2006). The Science of Orgasm. Johns Hopkins University Press.
  • Levin, R. J. (2002). “The Physiology of Sexual Arousal in the Human Female”. Archives of Sexual Behavior, 31(5), 405–411.
  • Komisaruk, B. R., et al. (2004). “Brain Activation during Vaginal–Cervical Self-Stimulation”. Brain Research, 1024(1-2), 77–88.
  • Masters, W. H., & Johnson, V. E. (1966). Human Sexual Response. Little, Brown and Company.
  • Lowen, A. (1975). Bioenergetics. The revolutionary therapy that uses the language of the body to heal the problems of the mind. Penguin Books.

Deixar comentário

Este site é protegido por hCaptcha e a Política de privacidade e os Termos de serviço do hCaptcha se aplicam.

Os comentários precisam ser aprovados antes da publicação.