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Prazer sem tabu

Prazer sem tabu

por Winnie Bueno

Muitas pessoas que lerão esse texto certamente têm dificuldades em tocar na sua própria vagina e explorar, sobretudo, o seu próprio clitóris. Porque nós fomos ensinadas que nossos órgãos sexuais são motivo de vergonha, que deles não devemos falar e que o sexo e o prazer devem ser assuntos tão íntimos que não podem ultrapassar a fronteira dos nossos próprios pensamentos. Compartilhar as nossas experiências sexuais em público? Jamais! Ousar dizer que se proporciona prazer ao tocar em si mesma? Um absurdo pecaminoso. Fomos todas ensinadas a contenção, mesmo nas nossas diferenças, para não sermos tratadas como promíscuas, como lascivas, como inadequadas.

Essa lógica nos privou do direito ao próprio prazer. É ela que faz com que muitas vezes a gente se questione quando fala em sexo, é ela que cria constrangimentos que fazem com que a gente se encolha ou queira se esconder quando o assunto é o que você gosta de fazer para sentir satisfação sexual. Fomos programadas para tratar o prazer sexual como tabu para não sermos lidas como promíscuas. A modéstia e a restrição sexual era o comportamento esperado e essa modéstia era incompatível com a ideia de uma mulher ter prazer sexual.

Ou seja, falar abertamente de sexo, orgasmo, prazer sexual e de masturbadores, sugadores e outros tipos de estimuladores que facilitam que tenhamos orgasmos durante muito tempo foi sinônimo de depravação e um atestado do declínio moral. Aos poucos essa percepção vem se modificando e cada vez mais as mulheres têm reivindicado o seu direito ao próprio prazer. A reivindicação ao prazer sexual está inscrita  junto a revolução sexual, ainda em curso, onde  as atitudes em relação à sexualidade, as dinâmicas de gênero e os próprios relacionamentos passam por uma mudança onde é possível disputar os padrões de moralidade em prol da liberdade sexual, da igualdade e da realização pessoal. As mulheres cada vez mais vão tendo conversas em que o foco é o próprio prazer e não quais são os 10 passos para enlouquecer seu marido na cama.

As conversas sobre masturbação, que sempre ficaram relegados a um espaço pecaminoso, também foram se modificando conforme as reivindicações de mulheres ao próprio prazer foram se intensificando. Cada vez mais estão disponíveis toys sexuais que facilitam o alcance do prazer sexual. Para as mulheres,  o que historicamente foi visto como coisa feia, passou a ser dialogado inclusive no campo da saúde mental. Cada vez mais normalizamos as conversas sobre o prazer sexual feminino. Se antes éramos impelidas a pensar que o sexo era exclusivamente para o benefício dos homens hoje entendemos que nossos próprios desejos e necessidades sexuais não só importam, como são nosso direito.

Masturbe-se, conte com a Climaxx nessa jornada rumo ao prazer, explore seu corpo, aprenda sobre suas respostas sexuais, desfrute do prazer sem a necessidade de um parceiro ou de uma parceira. Satisfação sexual é um direito seu, meu e de todo mundo.

Texto: Winnie Bueno

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