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Libido e saúde mental enquanto aliadas

Libido e saúde mental enquanto aliadas

Como aumentar a libido pode melhorar sua saúde mental - e vice-versa

Durante muito tempo os estudos voltados para o ser humano sempre foram muito segmentados em tópicos para cada tema de estudo, como se o ser pudesse ser dividido em partes isoladas e fosse possível separar cada item do outro - sendo o corpo uma coisa, a mente outra, o emocional um e o espírito outro, para citar alguns exemplos, dentre os quais a libido e a saúde mental também.  

Hoje já entendemos que tudo que vivemos se cruza nas mais diferentes esferas. Nossa história, nossas emoções frente aos acontecimentos, nossos sentimentos, nossa alimentação, os exercícios que praticamos ou deixamos de praticar, nossa vida sexual, nossas idas à terapia e formas de cuidar da mente, enfim, tudo que fazemos perpassa e ressoa também em todas as outras “áreas” da vida. 

Dessa forma, compreendemos que a libido e a saúde mental são dois temas que podem parecer muito diferentes para algumas pessoas, mas que também são aliadas e andam lado a lado - se uma vai bem, a outra vai também. Um problema no trabalho que fica perambulando na sua cabeça pode acabar diminuindo sua libido, ao mesmo tempo em que nutrir seu tesão sexual pode ajudar sua motivação e criatividade em outras esferas da vida, como a profissional.

Então, quer dizer que ter mais desejo ou ter uma vida sexual mais rica pode me tornar melhor em outras coisas? Parece loucura, mas a verdade é que sim!! Então, vamos entender mais sobre esses temas tão semelhantes e como potencializar ambos? Libido e saúde mental merecem andar de mãos dadas!

Libido e saúde mental

Pesquisas sobre libido e sexualidade para além dos genitais

Na história da ciência da Terapia Sexual houve três principais fases. A primeira está fundamentada na pesquisa de Masters e Johnson de 1966, quando eles entenderam o modelo de resposta sexual como sendo divididos entre: Excitação, Platô, Orgasmo e Período refratário. Depois a pesquisadora Helen Singer Kaplan percebeu que esse modelo não levava em conta o Desejo, e na década de 1970 criou outro modelo para lidar com a sexualidade que era: Desejo, Excitação, Orgasmo - conhecido como o Modelo Trifásico, o qual foi revolucionário por ter adicionado o desejo. Por fim, Janssen e Bancroft, do Instituto Kinsey, definiram o modelo que entendeu o sexo como algo que acontece no cérebro. Assim como tudo que acontece no cérebro, é algo que acontece em par (em dupla), e ele é chamado de Modelo de Controle Duplo de resposta sexual. Nesse modelo existe o Sistema de Excitação Sexual (ou acelerador), e o Sistema Inibitório Sexual (ou freios), e passaram a entender o sexo muito mais como um processo cerebral do que genital.

E isso nos diz que a dualidade entre aceleradores e freios do desejo é fundamental para entender o processo de excitação sexual, que o sexo precisa de um contexto externo e interno para acontecer, e além disso, que sexo espontâneo nem sempre é a norma: o desejo responsivo é uma via alternativa de acesso ao prazer - e muitas vezes não é sobre descobrir onde está o prazer, mas sobre encontrar um caminho para o prazer e o clímax.

Tesão e saúde mental

A pesquisadora Emily Nagoski tem um vídeo muito, muito legal sobre esse tema aqui nesse link, onde ela também fala sobre como a maior parte dos problemas que pensamos ser sexuais dizem respeito ao estresse, imagem do corpo, traumas e problemas de relacionamento.

Sendo assim, se o cérebro é tão importante quanto os genitais e outras partes do corpo para o estímulo sexual e a formação do desejo, entendemos que o caminho contrário também é possível: o desejo pode ser caminho possível para trazer benefícios à mente e à saúde mental.

Mas então, como utilizar essa via de mão dupla da melhor forma?

Diminuir o estresse, aumentar a libido e a saúde mental

Começando por alternativas que nos auxiliem a diminuir a nossa sobrecarga mental, física e sensorial. Somos uma sociedade de pessoas muito compromissadas e atarefadas, e não à toa o Brasil é hoje o segundo país com mais casos da síndrome de Bournout, conforme estudos. Mas sabemos bem que muito dessa sobrecarga é também um hábito que criamos como rotina e precisamos mudar para melhorar o nosso dia - por exemplo, diminuir o uso das telas, praticar atividade física com mais constância, se alimentar de maneira mais saudável.

Alimentação e tesão

Encontrar vias para diminuir esse estresse e sobrecarga podem fazer a sua libido aumentar, mas, assim como citamos anteriormente, lembre-se que desejo é responsivo, e você também pode estimular seu corpo de diferentes formas para ir aumentando sua libido no decorrer dos dias. Que tal criar um climinha bem delicioso acendendo uma vela e usando um sextoy para sentir seu prazer?

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Criar momentos de conexão consigo mesme e com sua parceria, se você tiver uma, é extremamente importante para a sua saúde como um todo: mental, física, emocional. Além de diminuir essas sobrecargas externas e trazer o estímulo sensorial para o presente. Ter momentos assim como hábito te auxiliam a se manter saudável.

Travas mentais: investigar com terapeuta e consigo mesme

Em pleno 2023 a terapia em dia é o mínimo, né amores? Tópico de extrema importância e ainda tão temido por tantas pessoas. Estar em processo terapêutico é poder levar todas as suas dores, desafios e alegrias para uma conversa sincera com uma profissional que estudou e sabe manejar seus sintomas da melhor forma.

Investigue com seu ou sua terapeuta sobre formas de se sentir mais segura sobre si, sobre seus gostos e sobre exercer a sua individualidade sem medo de ser quem você é. De suma relevância esse olhar e entendimento de si para que a autoestima seja também um hábito, e não o contrário. Aprenda a identificar aquilo que te faz bem e o que não te faz bem, para praticar mais do primeiro e se sentir melhor consigo.

 Alegria - libido e saúde mental

Aplique o tripé da saúde

Alimentação - prática de esportes - olhar para a saúde mental em terapia.

Esses são os três tópicos capazes de mudar toda a sua vida, seja para quem está em momentos mais caóticos ou para quem considera que está vivendo de forma tranquila.

Sua alimentação é a base que sustenta seu corpo físico e o nutre, então busque se alimentar de forma mais natural, com menos industrializados e mais frutas, vegetais e sucos. Não precisa noiar e querer mudar tudo da noite para o dia, mas justamente ir alterando aos poucos. Você pode começar tomando mais água durante o dia, depois expandir para uma alimentação que substitui a farinha branca por outras mais saudáveis, como a de aveia, e aos pouquinhos seguir essas mudanças. Temos certeza que dentro de um ano você vai ter mudado muitos hábitos alimentares e você vai ser grata a você mesma.

Obs: Não adianta se alimentar muito bem, mas exagerar no álcool toda hora, um depreciador da sua saúde e sistema imunológico. 

Alimentação e tesão

A prática de esportes é o que vai manter seu corpo em movimento, deixando sua imunidade mais fortalecida, bem como seus músculos. Muita gente pensa que praticar esporte é estética, mas é muito além disso, e precisa ser visto para além disso, para não cairmos no erro de praticar uma atividade na busca de um “corpo ideal” inexistente, e sim praticarmos porque entendemos os benefícios disso para o presente e também para o futuro. Combinado?

E, por último, mas não menos importante: a terapia, sobre a qual já falamos no tópico anterior!

Seres humanos em sua complexidade são muito mais do que determinismos onde uma causa é consequência de apenas um fator específico. Estamos em constante relação com a gente mesmo, tudo que fazemos e as pessoas com as quais nos relacionamos, e precisamos olhar para tudo isso para ter tanto a nossa libido em dia quanto a nossa saúde mental em dia. Esperamos que nesse texto a gente possa ter trazido algumas reflexões importantes de como você pode fortalecer ambas aplicando diferentes observações na sua própria vida!

Flor

Escrito por Bárbara Silva Viacava

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