Edging: uma técnica para deixar os orgasmos intensos
A prática de edging também ajuda no controle e adiamento do orgasmo
Você já ouviu falar em edging? Na tradução do inglês, a palavra “edge” significa a borda de algo. Quando a utilizamos para falar sobre sexualidade, o termo que expressa que estamos à beira de chegar em um orgasmo, mas não chegamos de forma intencional. A gente sabe que pode parecer estranho para quem nunca ouviu falar, ainda mais que a maioria de nós foi ensinade que transar é apenas ter como finalidade o gozar, mas aqui a ideia é se permitir explorar um pouco mais os estímulos justamente para descentralizar o prazer apenas do orgasmo: mas se ele vier, também vai ser delicioso e potente!
Essa é uma prática que vale para pessoas solteiras durante a masturbação ou relação sexual com outra pessoa, para casais hétero, lésbicas, gays, trans e qualquer pessoa que queira praticar sozinha ou com parceria! É um caminho de exploração para qualquer um que queira explorar mais o seu corpo.
Controlar o orgasmo e frear os estímulos
Como dissemos antes, durante toda a vida fomos ensinades que transar é sinônimo de gozar, assim como se masturbar é sinônimo de gozar - precisamos desfazer esse padrão de forma urgente! E a prática do edging busca trazer justamente o prolongar do prazer e não apenas na “finalização” pelo gozo. É uma prática que nos traz presença para seguir sentindo cada partezinha do corpo, respirar profundo e seguir sentindo todas as delícias que seu corpo te permite - a prática do mindful sex pode super potencializar o edging.
Então, de forma prática, o edging propõe que: ao sentir o orgasmo vindo a gente freie os estímulos para adiar ao máximo o orgasmo durante o sexo ou a masturbação.
E é claro que essa prática serve para casais hétero, lésbicas, gays, para pessoas trans e qualquer pessoa que queira praticar sozinha ou com parceria.
Por que praticar o edging?
Menos foco no orgasmo e nos órgãos sexuais:
Primeiro para que possamos construir um caminho de excitação desfocado do orgasmo, que naturalmente também desfoca do prazer apenas nos órgãos sexuais. Isso por si só já é um grande aprendizado, pois nos conscientizamos das excitações que nosso corpo tem e conseguimos prolongar esse momento de prazer.
Menos foco na penetração e no sexo heteronormativo:
Além disso, por desfocar dos órgãos sexuais, o edging faz com que o foco do sexo para casais heterossexuais desfoque totalmente da penetração - outra coisa que nos foi ensinada como verdade durante tanto tempo e que hoje já sabemos que, ufa, não é!
Ajuda a adiar a ejaculação precoce:
Afinal, como ela é uma técnica justamente de aprendizado para controlar o orgasmo quando ele estiver vindo e interrompê-lo, quem costuma ter ejaculação precoce pode prolongar a duração do sexo ou da masturbação.
Como fazer o edging na prática?
Bem, primeiro precisamos frisar que essa técnica vai se desenvolvendo conforme você vai praticando. É preciso reeducar o corpo e a mente para que a gente entenda a masturbação ou o sexo sem que cheguemos diretamente nesse gozo final. Então é importante que quando você sentir o orgasmo chegando você realmente se foque em interromper esse estímulo, por mais que seu desejo siga sendo continuar os estímulos e deixar que o orgasmo venha.
Então, para de fato praticá-lo, uma boa forma é você estimular seus genitais ou zonas erógenas do seu corpo até chegar no clímax, mas assim que sentir que o orgasmo está chegando você parar completamente o estímulo.
Edging durante a masturbação:
Praticar o edging durante a masturbação é a melhor forma de explorar o seu autoconhecimento e entender quais estímulos você gosta, quais não gosta, e como se sente com cada sensação. Comece se tocando e explorando seus sentires. Você também pode explorar daqueles jeitos que você já sabe que funcionam bem para você, mas no momento em que estiver chegando no orgasmo você para o toque totalmente ou diminui os estímulos e reduz a intensidade.
Pratique algumas vezes, idealmente repetindo umas duas ou três vezes para entender como você se sente ao realizar essa prática. E por mais que pareça simples essa observação, na verdade ela é muito importante, pois ela pode suscitar diferentes sentimentos em cada pessoa: às vezes de frustração, às vezes de mais excitação, às vezes você vai sentir um imenso prazer em perceber que teve que sair do controle do orgasmo, outras vezes você pode se sentir bastante incomodado.
A única coisa que você não pode sentir de jeito nenhum é dor - e aprender a destinguir a agonia ou aflição da dor é extremamente importante para o seu autoconhecimento, para sua prática da masturbação ou para o sexo.
Edging durante o sexo:
Depois de ter praticado sozinhe e entendido se essa é uma prática que te dá prazer, você pode praticar com outra pessoa durante o sexo sim! O edging praticado com uma pessoa parceira precisa de muito diálogo e de sinalizações combinadas previamente para que o outre saiba que você está chegando no orgasmo e diminua ou pare os estímulos.
O ponto chave é realmente o diálogo e a comunicação, tenham combinado: como cada um vai comunicar que está chegando no orgasmo, se o outre para os estímulos por completo ou diminui a intensidade, e também quantas vezes cada um deseja praticar o edging antes de ter um orgasmo.
Edging usando sex toys:
Para praticar sozinhe ou acompanhade, aqui os toys incrementam ainda mais o edging, e com diferentes possibilidades de estímulos, tamanhos, formatos, a depender do seu desejo ou da sua parceria. Vamos a algumas dicas?
Para pessoas com vulva que gostam de estimulação interna e externa, recomendamos o Ina.
Para um estímulo simulador de oral, recomendamos o Ora.
Para pessoas com pênis, recomendamos o anel peniano Winni.
Para um sugador com dupla estimulação, recomendamos o Mappy.
E para uma boa massagem que estimula diversos pontos no corpo, indicamos a Magic Wand.
Consideramos o edging uma prática extremamente relevante e potente em diversos níveis: para o conhecimento do nosso próprio prazer, para aprendermos a sentir o prazer por lugares que passem além do orgasmo e também para a conexão com nossas parcerias, caso tenhamos. Experimente e entenda como a prática pode ser legal e gostosinha para você!
Escrito por Bárbara Silva Viacava
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