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Agonia do Orgasmo: o que é e como lidar com essa sensação

Agonia do Orgasmo: o que é e como lidar com essa sensação

Para além do questionar se a Agonia do Orgasmo “é normal”, vamos entender o que ocorre quando sentimos ela

O clima entre você e sua parceria está super bem e caliente e de repente, quando você está quase chegando em um orgasmo.. boom, a energia desce, uma agonia surge e você simplesmente perde o tesão na hora e a vontade de seguir estimulando seu clit? Pois bem, isso é o que chamamos de a agonia do orgasmo - e é sobre ela que vamos falar hoje.

Quando falamos sobre reações do nosso corpo, é injusto perguntarmos se “é normal”, pois afinal, o parâmetro de outra pessoa pode não ser o mesmo que o nosso - então podemos estar levando em consideração um normal que talvez não seja o “nosso normal”. Dito isso, pensamos que vale mais a pena investigar as sensações que você tem, e a partir disso entender se faz sentido ou se deseja estimular outras formas de sentires.

Fisiologicamente, o que ocorre?

A reação do nosso corpo frente ao prazer pode ser um tanto diversa, a depender de cada pessoa e de cada situação. Quando sentimos essa agonia próxima de um orgasmo, o corpo tem uma reação.

O orgasmo feminino consiste em contrações reflexas ritmadas dos músculos perivaginais e perineais que circundam a vagina, a intervalos de 0,8 segundo. E essa contração ritmada pode causar uma reação diversa em cada pessoa.

Conversamos com Dayana Almeida, psicóloga, terapeuta orgástica e mestra em Educação Sexual (UNESP) e ela nos explica também que "Fisiologicamente a dor e o prazer caminham muito próximos, então quando recebemos um estímulo em qualquer parte do corpo fica essa sensação entre o estar bom ou ruim, até chegar na mente e conseguirmos separar o estímulo e diferenciar entre dor e prazer. Até lá vem essa sensação de agonia, desconforto.”

Antes ou depois: a agonia do orgasmo em diferentes formas

A sensação de agonia pode estar presente em dois momentos, às vezes ela vem no momento pré-orgasmo, outras vezes ela vem no momento pós-orgasmo, trazendo muita sensibilidade e uma hipersensibilidade, que repele o desejo de que o clitóris seja tocado. Em ambas as situações, a motivação fisiológica é a mesma.

Dayana nos conta que essas reações também podem ter relação com a nossa sociedade, “porque a nossa sociedade legitima muito mais a dor do que o prazer, então é muito mais fácil você dizer que está com dor de cabeça do que dizer que teve um orgasmo comendo chocolate, por exemplo, justamente porque a sociedade legitima esse lugar”, e ainda cita sobre como não existem lugares que nos passam uma mensagem de prazer: “Nosso repertório inclusive é muito desigual nesse sentido, a gente lida com dor e com problema todo tempo, enquanto o prazer é bem pouco”, ela diz.

Tempo de estimulação & respiração

Dados os fatos, vamos aos sentires? A agonia do orgasmo é, de fato, uma agonia - e não podemos dizer que de todo agradável, rs. Mas é possível que o tempo de estimulação antes de chegar ao orgasmo, aliado de uma respiração profunda, seja um bom aliado para que sintamos o prazer sem essa trava anterior.

Dayane nos explica que “a gente aprendeu que antes de ter um orgasmo precisamos contrair e segurar tudo - e então seguramos a respiração e só depois do orgasmo soltamos”, e complementa que para o corpo acontece que quando estamos com a energia super alta para atingir o orgasmo, mas seguramos a respiração, essa energia então cai rapidamente. “A gente não consegue sustentar essa energia, mas o que pode ajudar a sustentar e sentir é a respiração profunda, que está intimamente ligada com o que a gente está sentindo. Então quando a gente vai ter um orgasmo, se a gente respira fundo parece que ela espalha mais a sensação pelo corpo inteiro, porque você tá presente, você tá sentindo ali.”

Indo além da agonia - Expandindo o prazer

Sabemos que é uma sensação incômoda, mas a verdade é que podemos ir além dela - explorar essa sensação e buscar formas de vivenciá-la. A respiração citada anteriormente é também uma forma de expandi-la. Outra é de fato atravessando ela.

Dayane acredita que nosso maior desafio é passar dessa agonia: “A gente conseguiria passar muito mais dessa agonia, passar um pouco mais do que estamos acostumadas, mas a gente aprende algo e o corpo vai repetindo esse padrão sempre, então precisamos apresentar outra possibilidade paro corpo”.

Explorar formas diferentes de sentir prazer é uma grande chave para entender quais sensações queremos manter no nosso repertório de sentires, e quais queremos manter nas nossas vidas - logo, quais não queremos manter. A agonia do orgasmo pode ser atravessada e não precisa ser um limitante no seu prazer, pelo contrário, pode te mostrar vias de prazeres que você jamais imaginou.

Texto de Bárbara Silva Viacava

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